Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

A cultura é um fenômeno regular verificado até mesmo nos mais primitivos povos, a beleza da pluralidade de costumes e pensamentos os quais abrangem sistemas políticos e jurídicos, crenças religiosas, lendas, mitos, valores éticos perpétuos ou temporais, locais ou universais são alguns dos fatores determinantes para o modo próprio de cada grupo de indivíduos em diferentes épocas e espaços geográficos se articularem e ter seu “patrimônio cultural”.

Vale lembrar que conceituar cultura [mesmo com tanta facilidade de identificá-la], não é tarefa tão fácil, a antropologia nos oferece uma variedade de definições, porém, ficarei aqui com a sugerida pelo antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, nos parágrafos iniciais de Primitive Culture (1871; A cultura primitiva), "Cultura ... é o complexo no qual estão incluídos conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade."

Nesse BLOG, queremos dispor aos adoráveis leitores análises objetivas para a apreciação da diversidade cultural que é proveniente de implexos componentes da existência humana, fatores ambientais, psicológicos, sociológicos e históricos, que cooperam para construção da cultura de uma determinada sociedade ou época pesquisada.

A maior lição das culturas ainda é a relatividade dos comportamentos, o aprendizado da democratização do pensamento, é se polir para não sermos juízes da história ou dos fatos, mas ao mesmo tempo termos uma posição racional e firme sobre o que lemos e saber que o respeito à criatura humana está acima de qualquer cultura.

Só me resta aspirar uma ótima leitura a todos. Wagnner Fernnandes

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

IDADE-MÉDIA "Além dos castelos , guerreiros e princesas..."


Quando assisti ao filme “Coração Valente” algo me chamou atenção no que se refere a costumes medievais, a saber, o denominado “primae noctis". O que mais aguçou minha curiosidade é se aquilo realmente seria verdade, quando li sobre o assunto, o que pude constatar era que, além de verdadeiro, aquele desprezível costume medieval tinha aprovação religiosa e veio a vigorar também no mundo tupiniquim.
  O jus primae noctis (Direito da Primeira Noite), foi uma instituição que vigorou na Idade Média e que, em alguns países, como a França, chegou até a Revolução de 89, havendo divulga de que tenha perdurado na Itália (Sicília), até meados do século XIX. Era o direito do senhor feudal de desvirginar as noivas na noite de sua núpcia. Mas essa crueldade não foi particular a elite do Velho Mundo, aqui no Brasil colonial, como lei não oficial, os senhores de engenho fizeram uso desse falso direito, que mais se assemelha a um crime hediondo, desdignificando o matrimônio e a figura do ser humano. Uma pequena diferença apenas era que o senhor de engenho não esperava pela boda para cometer o abuso, mas  deflorava a noiva antes disso.
“As enciclopédias descrevem, realmente, o “direito de pernada” como uma das prerrogativas que os senhores tinham sobre os servos da gleba e que expressavam um poder de vida e morte. Tendo existido o direito do senhor violar a desposada (noiva) do seu servo, na própria noite do casamento, e que se denominou “jus primae noctis”, esta prática constituiu verdadeiro fermento de revolta dos servos, sendo posteriormente substituída pelo assim chamado direito de pernada, de acordo com o qual o senhor interpunha sua perna ou seu joelho entre os recém-casados, no leito nupcial. Em alguns países, inclusive Portugal, não chegou a ser exercido”.
Dentro do regime feudal o membro da gleba era inferiorizado, ele até mudava de dono quando a terra era vendida, pois na ocasião ele era negociado junto com o lote. Outras vezes, os senhores feudais se divertiam apostando o destino de seus servos nas cartas de baralho. Se você acha isso um absurdo, vai ter de engolir ainda o fato de que a "Santa Igreja Católica Romana" apoiava e aprovava tudo isso, socialmente ela pertencia a nobreza feudal, era a instutuição mais elitista daquele período, rica e hipócrita; imagine um Cardeal ensinando a moral do sagrado matrimônio ao mesmo tempo em que via como legítimo o direito da primeira noite... Um absurdo né mesmo!? A igreja ainda explorava desumanamente os trabalhadores num sistema escravagista onde o trabalho tinha como finalidade uma sub-humana existência e encher de tributos os cofres eclesiásticos juntamente com os dos senhores feudais.
As religiões emergiram na história quase sempre como instituições motivadas pela política humana, quando organizadas e oficialmente fundamentadas deixam seu caráter de servir a Divindade passando tratar de interesses temporais e demasiadamente fúteis, vindo a produzir uma casta desprezível de manipuladores (Padres, Bispos, Pastores, Rabinos etc), habilidosos no uso do nome de Deus. No geral, todas as religiões são celeiros da falsidade, e seus fiéis seguidores, vítimas bem intencionadas muito amadas por Deus. Por esse e por outros “trocentos” motivos, descreio nas religiões na mesma proporção em que creio no Santo Deus Criador! (e olha que creio com excesso N’Ele).
Por: Wagner Fernandes (Bacharel em teologia e graduando em Letras) 

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