Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

A cultura é um fenômeno regular verificado até mesmo nos mais primitivos povos, a beleza da pluralidade de costumes e pensamentos os quais abrangem sistemas políticos e jurídicos, crenças religiosas, lendas, mitos, valores éticos perpétuos ou temporais, locais ou universais são alguns dos fatores determinantes para o modo próprio de cada grupo de indivíduos em diferentes épocas e espaços geográficos se articularem e ter seu “patrimônio cultural”.

Vale lembrar que conceituar cultura [mesmo com tanta facilidade de identificá-la], não é tarefa tão fácil, a antropologia nos oferece uma variedade de definições, porém, ficarei aqui com a sugerida pelo antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, nos parágrafos iniciais de Primitive Culture (1871; A cultura primitiva), "Cultura ... é o complexo no qual estão incluídos conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade."

Nesse BLOG, queremos dispor aos adoráveis leitores análises objetivas para a apreciação da diversidade cultural que é proveniente de implexos componentes da existência humana, fatores ambientais, psicológicos, sociológicos e históricos, que cooperam para construção da cultura de uma determinada sociedade ou época pesquisada.

A maior lição das culturas ainda é a relatividade dos comportamentos, o aprendizado da democratização do pensamento, é se polir para não sermos juízes da história ou dos fatos, mas ao mesmo tempo termos uma posição racional e firme sobre o que lemos e saber que o respeito à criatura humana está acima de qualquer cultura.

Só me resta aspirar uma ótima leitura a todos. Wagnner Fernnandes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ariano Suassuna e o "Movimento Armorial" (cultura norte-americana não)



Ariano Suassuna é um dos grandes nomes da cultura brasileira, romancista, poeta e dramaturgo, o paraibano natural de João Pessoa é sempre lembrado pela defesa que faz a cultura nordestina, assim, é ele um dos principais nomes responsáveis pelo intitulado “Movimento Armorial”, este propunha eruditismo com base na cultura popular nordestina, por isso o mesmo tem uma ligação muito estreita com o Cordel, a xilogravura os cantadores de viola e outros diversos componentes de nossas raízes culturais.
O dito movimento, que era uma oposição à invasão da cultura norte-americana no Brasil, tem início oficial a 18 de outubro de 1970, em Recife, na ocasião a Orquestra Armorial de Câmera realizou um concerto, bem como várias outras manifestações ligadas à pintura, escultura...tudo com traços originalmente nordestinos claro.
Com menos de um ano o movimento já tinha dimensões nacionais, o nome de Suassuna era evidenciado recebendo destaque pelo sucesso das obras:
 “Romance d'A Pedra do Reino” e o “Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, sem falar da notória excursão de Ariano com a orquestra Armorial, onde os críticos intitulavam as apresentações como uma sublime aula de cultura e se encantavam com a combinação de erudição e simplicidade de Ariano.
O termo Armorial é bastante interessante, na realidade ele designava o livro onde vinham registrados os brasões, Ariano então em um neologismo usou o termo como adjetivo para marcar a partir do próprio nome a peculiaridade do movimento, ainda foi lembrado por Suasuna a beleza estética do nome e sua ligação com a heráldica, que aqui em nosso país tem ligação popular, encontrada até no nordestino confeccionando os ferros para marcar o gado. Nas palavras do próprio Suassuna entendamos o motivo do nome do movimento.

 “Foi aí que, meio sério, meio brincando, comecei a dizer que tal poema ou tal estandarte de Cavalhada era ‘armorial’, isto é, brilhava em esmaltes puros, festivos, nítidos, metálicos e coloridos, como uma bandeira, um brasão ou um toque de clarim. Lembrei-me, aí, também das pedras armoriais dos portões e frontadas do Barroco brasileiro, e passei a estender o nome à Escultura com a qual sonhava para o Nordeste. Descobri que o nome ‘armorial’ servia, ainda, para qualificar os ‘cantares’ do Romanceiro, os toques de viola e rabeca dos Cantadores - toques ásperos, arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta, lembrando o clavicórdio e a viola-de-arco da nossa Música barroca do Século XVIII.”
 O importante é aprendermos com esse movimento à beleza da nossa cultura e dar-lhe o valor devido, em tempos de globalização a uniformidade cultural ficará cada vez mais em voga, numa situação em que a arte produzida no primeiro mundo é encarada até como superior, sendo disseminada pelo mundo e sobrepujando as culturas locais e regionais, subtraindo nossa identidade e nos fazendo copiadores de algo que nem entendemos direito e nada tem haver conosco! 
Por: Wagner Fernandes (Bacharel em teologia e graduando em Letras)

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