Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

Bem Vindos ao "Atemporal, Olhar Cultural"

A cultura é um fenômeno regular verificado até mesmo nos mais primitivos povos, a beleza da pluralidade de costumes e pensamentos os quais abrangem sistemas políticos e jurídicos, crenças religiosas, lendas, mitos, valores éticos perpétuos ou temporais, locais ou universais são alguns dos fatores determinantes para o modo próprio de cada grupo de indivíduos em diferentes épocas e espaços geográficos se articularem e ter seu “patrimônio cultural”.

Vale lembrar que conceituar cultura [mesmo com tanta facilidade de identificá-la], não é tarefa tão fácil, a antropologia nos oferece uma variedade de definições, porém, ficarei aqui com a sugerida pelo antropólogo inglês Edward Burnett Tylor, nos parágrafos iniciais de Primitive Culture (1871; A cultura primitiva), "Cultura ... é o complexo no qual estão incluídos conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade."

Nesse BLOG, queremos dispor aos adoráveis leitores análises objetivas para a apreciação da diversidade cultural que é proveniente de implexos componentes da existência humana, fatores ambientais, psicológicos, sociológicos e históricos, que cooperam para construção da cultura de uma determinada sociedade ou época pesquisada.

A maior lição das culturas ainda é a relatividade dos comportamentos, o aprendizado da democratização do pensamento, é se polir para não sermos juízes da história ou dos fatos, mas ao mesmo tempo termos uma posição racional e firme sobre o que lemos e saber que o respeito à criatura humana está acima de qualquer cultura.

Só me resta aspirar uma ótima leitura a todos. Wagnner Fernnandes

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"O condenado vai sentir apenas um frescor na garganta e morrer de um modo indolor" Guillotin



Para nós, a guilhotina é uma crueldade sem limites, esboça algo frio, indiferente a vida humana, e a meu ver, sádica. Muito sádica!  Mas ela surgiu na história como forma misericordiosa de executar alguém já que era uma morte mais branda quando comparada as outras formas de execução. O condenado morto por enforcamento agonizava por um considerável período de tempo antes de vir a óbito, o morto por um golpe de machado nem sempre recebia um golpe tão certeiro que lhe decapitasse matando-o instantaneamente, nesse caso, também se presenciava uma morte desagradável demais... Considerando isso, viu-se a necessidade de criar algo naquele particular ambiente histórico proporcionador de uma morte menos dolorosa e quem sabe, um pouco mais humana.
Como muitos nobres morreram na França no período da revolução Francesa, houve vários protestos contra o uso da guilhotina, os revolucionários queriam que a nobreza padecesse de dores e agonias na execução mediante machado ou enforcamento, assim como muitos pobres tinham sofrido antes.
Quem geralmente é mencionado na história como o criador desse instrumento ambíguo, que expressa misericórdia e crueldade ao mesmo tempo é o médico francês Joseph Ignace Guillotin, daí o nome “Guilhotina”, alusivo ao seu suposto criador. O deputado Guillotin, enviou uma recomendação em 1789 à Assembléia Nacional Francesa, pedindo que a guilhotina fosse usada no lugar dos métodos habituais de aplicação da pena de morte. O pedido foi aprovado, a guilhotina foi testada em muitos cadáveres mostrando eficácia, cerca de três anos depois, essa máquina de “assassinar” teve centenas de pessoas mortas por ela numa rotina que parecia infinita, em torno de 45.000 pessoas foram decapitadas por ela na França. Só que na realidade, o francês Guillotin não foi o criador da guilhotina, pois a mesma já tinha sido usada séculos antes em diversos países como a Itália e a Escócia, entretanto, o nome do médico e deputado da França ficou associado à guilhotina pelo seu uso mais extensivo na história ter tido participação direta dele para que acontecesse.
O experimento foi apresentado ao público na França em 25 de abril de 1792, em um ladrão chamado Pelletier, “lenda ou não, conta a história que o carrasco oficial da cidade havia se exercitado antes da execução. A multidão ficou calada quando trouxeram o condenado. A cabeça dele havia sido tosada para que os cabelos do pescoço não criassem embaraços ao cortante fio do cutelo”. Naquela ocasião, quando o carrasco ativou a lâmina, a decapitação aconteceu com extrema facilidade (a lâmina de uma guilhotina junto com a armação presa a ela pesava em torno de 40k), a cabeça do criminoso caiu no cesto e as pessoas maravilhadas assistiram e se impressionaram com a eficácia de matar da, até então, desconhecida guilhotina.
Ironicamente, muitos dos que contribuíram para levar nobres para a guilhotina durante a Revolução Francesa provaram da lâmina fatal, no final das contas, não morreram só nobres; no maior festival de sangue já visto na França acabou sobrando para todo mundo. Podemos pegar como exemplo os jacobinos, estes eram na maioria pobres e ao mesmo tempo a ala mais radical da revolução, propunham impiedosamente o extermínio da nobreza, porém, depois experimentaram muito bem dessa macabra ironia do destino sendo vários deles mortos guilhotinados.
O extermínio de alguém na guilhotina era o maior espetáculo do séc. XVIII na França, as multidões adoravam, se divertiam, era um incansável passatempo; acredite ou não, mas era um programa de família como levar crianças ao parque hoje. Os pais erguiam as crianças para elas não perderem nenhum detalhe do show da morte, era um povo desprovido de qualquer lazer, ver a cabeça cair dentro do cesto tornou-se o principal entretenimento da época. No cenário de bizarra diversão ainda podemos destacar as “tricoteuses”, mulheres envolvidas em linhas e agulhas que ultrajavam as vítimas. Na verdade, aquela cena era o desfecho de uma “trama”, um julgamento nebuloso, uma acusação não tão bem esclarecida, mas a morte era um ápice que dava brilho e razão a tudo. Muitos anônimos morreram na guilhotina, todavia grandes nomes da história morreram decapitados nela, tais como: Louis XVI, Maria Antonieta, até  Lavoisier, o respeitado químico francês. 
Por: Wagner Fernandes (Bacharel em teologia e graduando em letras).

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